São Gregório Magno, de político a monge, de monge a Papa
Gregório nasceu em Roma, no ano 540, no seio de uma família patrícia de grande fé. Seus pais, Giordano e Silvia, prestaram muitos serviços à Igreja o criaram na fé católica mediante seu grande exemplo de fé.
Formou-se em Direito e se lançou à carreira política, chegando a ser Prefeito de Roma com apenas 33 anos de idade, contudo, anos depois, por forte influência de São Bento, Gregório se sentiu atraído pela vida monástica, retirou-se da política, distribuiu seus bens aos pobres e, com a morte de seu pai, transformou sua casa paterna, uma Vila no Monte Celio, num mosteiro dedicado a Santo André.
Sua fama de sabedoria e de santidade começou a crescer e em 579, o Papa Pelágio II, que o havia ordenado diácono, nomeia-o como seu representante na Corte de Constantinopla, posto que ocuparia até 585, aproximadamente. Depois disso, retornou a Roma para viver em seu mosteiro no Monte Celio e, em 590, foi eleito por aclamação para suceder ao Papa, que morrera em uma epidemia de peste que assolava a cidade.
Nesse momento, Roma vivia a um período conturbado. Desde a corrupção dos Lombardos às abundantes chuvas e inundações, que provocavam numerosas vítimas, também ocorreu escassez de alimentos na Itália e ainda havia a epidemia de peste. Gregório não teve dúvidas e exortou os fiéis a fazer penitência e a rezar, e ainda convocou uma solene procissão penitencial, de três dias, à Basílica de Santa Maria Maior.
Conta a história que, quando atravessaram a Ponte Santo Anjo, que liga o Vaticano à cidade, por sobre o Rio Tibre, Gregório e a multidão viram o Arcanjo Miguel e interpretaram como uma mensagem sobre o fim da epidemia.
Como Papa, Gregório, que aprendera na política como administrar, aprimorou o governo da Santa Sé e estabeleceu que os bens da Igreja fossem utilizados para a própria subsistência e para a evangelização, e esses bens deviam ser administrados de maneira justa e reta. Inclusive, ele ofereceu suas próprias riquezas e deixou um testamento em favor da Igreja para ajudar aos fiéis. Gregório também não se esqueceu dos necessitados, especialmente dos padres, monges e freiras em dificuldade. Buscou a conversão dos Lombardos, Vizigodos, Francos e Saxões.
Reformulou a celebração da Missa e promoveu o canto litúrgico, que recebeu o nome de Gregoriano. Escreveu mais de 880 cartas e proferiu muitas homilias. Entre seus livros encontra-se um que escreveu sobre a vida de São Bento. Foi o primeiro Papa a se definir como «Servo dos servos de Deus». Morreu em 12 de março de 604 e foi sepultado na Basílica de S. Pedro.