Uma missionária que nunca saiu do Carmelo
A Igreja celebra hoje Santa Teresinha do Menino Jesus, a jovem santa que se fez missionária sem sequer sair de seu convento. A jovem monja de Lisieux nos ensina que a santidade também pode ser alcançada nas pequenas coisas, nos pequenos gestos do dia a dia, que fazemos com amor.
Marie Françoise Thérèse Martin nasceu em Alençon, na França, em 1873, em uma família temente a Deus. Seus pais, Louis Martim e Zélie Guérin (também canonizados), tiveram nove filhos, sendo Teresa a menor. Seus irmãos vieram a falecer com pouca idade, restando as quatro irmãs da santa (Maria, Paulina, Leônia e Celina), que também se tornaram freiras.
Já com 14 anos, a jovenzinha estava determinada a entrar para Ordem das Carmelitas Descalças, mas nessa idade ainda não podia, por regras da Igreja. Numa viagem à Itália, a jovem audaz pediu autorização diretamente ao Papa Leão XIII para que pudesse entrar no Carmelo de teve seu pedido atendido.
Sendo assim, em abril de 1888 ela ingressa para o Carmelo de Lisieux com o nome de Teresa do Menino Jesus. Em 1980 ela fez sua profissão religiosa, durante a festa da Natividade da Virgem Maria, acrescentando em seu nome sua devoção à Sagrada Face, passando a ser conhecida como Teresa do Menino Jesus e Sagrada Face.
Ela se destacava por oferecer a Deus pela salvação das almas todos os gestos e sacrifícios que fazia, do menor ao maior. Ela se julgava como uma criança em relação ao Pai, e queria ser como um brinquedo aos cuidados do Menino Jesus, o que acabou por ser conhecido como um caminho de santidade próprio, criado por ela: a infância espiritual.
Apesar do desejo de ser carmelita, Teresa também queria ser missionária e isso fez com que ela se dedicasse a interceder por todos os sacerdotes missionários, o que garantiu a ela, depois de sua morte e canonização, ser declarada Patrona Universal das Missões Católicas pelo Papa Pio XI em 1927. Ela dizia que percebia que a Igreja tinha um coração, e que este coração ardia de amor. Por isso, ela chegou a escrever que «No coração da Igreja, serei o amor». Para ela, ser missionário não é uma questão de geografia, mas uma questão de amor.
A novena das Rosas
A jovem Teresa se encantava em lançar pétalas de rosas à passagem do Santíssimo Sacramento no ostensório em procissões, e também jogava flores no grande crucifixo que ficava no jardim do Carmelo. Antes de morrer ela dizia que faria cair sobre o mundo uma chuva de rosas, porque intercederia diante de Deus por todos os povos. Daí surgiu o costume de recitar uma novena em honra da Santa e conta-se que o fiel recebe uma rosa como sinal de que seu pedido será atendido.
Ela faleceu por causa de tuberculose com apenas 24 anos, no dia 30 de setembro de 1897, exclamando: «Oh!.. amo-Vos. Deus meu,… amo-Vos!
Seu diário, conhecido como «A história de uma alma» e seus escritos foram publicado após sua morte. Foi beatificada em 1923 e canonizada em 1925. Em 19 de outubro de 1997, o então Papa João Paulo II proclamou Santa Teresinha como doutora da Igreja.