A gente pensa que sofre, não imaginamos dor pior do que a nossa. Quando fazemos alguma espécie de sacrifício, sentimos como se fossemos sofrimento em pessoa. Agora, preciso

lembrar você de uma coisa: seu sofrimento não é nada comparado ao sofrimento que Jesus teve de passar. Por isso, é preciso repensar o nosso sofrimento. 

Um exemplo de sacrifício que somos obrigados a fazer, e pasmem, muitos não fazem é a abstinência de carne. Ela deve ser feita obrigatoriamente na quarta feira de cinzas e todas as sextas-feiras do ano. É importante relembrar que no Brasil pode-se fazer uma comutação, ou seja, trocar a abstinência de carne por orações ou alguma obra de caridade.

Também há o jejum, que deve ser feito na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa. O ideal é ficar sem comer! Entretanto, nós temos dificuldade de praticar isso, pois somos tentados todos os dias e muitas vezes não temos a força necessária para resistir, mas é preciso lutar. 

Parece ruim, não? Mas e quanto a Jesus que passou 40 dias e 40 noites no deserto em jejum total, sendo tentado 3 vezes por Satanás, mas ele resistiu bravamente com a força de Deus

“Depois, o diabo o levou a um monte muito alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e o seu esplendor. E lhe disse: “Tudo isto lhe darei, se você se prostrar e me adorar”. Jesus lhe disse: “Retire-se, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto’”. Então o diabo o deixou, e anjos vieram e o serviram.“ (Mateus 4, 8-11)

Outro exemplo marcante, que podemos trazer à mente sempre que estamos em sofrimento, é a Via Crucis ou Via Sacra. As 14 etapas do sofrimento de Cristo, antes de sua morte e de nossa libertação. 

Jesus foi condenado à morte, foi colocada sob sua cabeça uma coroa de espinhos, teve de carregar em suas costas uma pesada cruz, caiu 3 vezes no caminho, foi despido de suas vestes e, no final, foi crucificado, morto e sepultado. 

É claro que seu sofrimento é válido, todos nós temos o direito de sentir dores, mas percebe que o seu sofrimento poderia ser muito pior? Paulo nos diz: 

“Trazemos no corpo o morrer de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossos corpos […] estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal. De modo que em nós opera a morte, mas em vós a vida.” (2 Coríntios 4, 11-12)

É uma herança que carregamos e que pode ser usada ao nosso favor quando sofremos. Temos que ter esse verdadeiro sacrifício de Deus como um propósito e tentar limitá-lo. Minha avó Rosa sempre me lembra, quando sofro, de oferecer meu sofrimento para Deus, tal como fez Jesus. A maioria das minhas dores se atenua quando tenho Cristo na cabeça

Portanto, vamos repensar nosso sofrimento! Que possamos ter a gratidão de saber que não precisemos sofrer tanto como Jesus e que, quando nos sentirmos em agonia, possamos ter em mente a possibilidade de oferecer tudo isso para Deus.