A Semana Santa nos convida e meditar sobre a maior prova do amor de Deus para conosco, vivendo com Cristo o momento de sua maior provação, sua Paixão. E é nesse momento que Ele mostra sua verdadeira essência, manifestada nas suas famosas sete palavras, que revelam para nós as sete escolhas do amor.

Vivendo seu maior sofrimento, Jesus nos revela o mais íntimo de seu coração e nos convida a fazer com ele essas sete escolhas, para que possamos, também nós, descobrir a profundidade e a força desse amor que transformou o maior sofrimento da humanidade na maior graça da história.

A escolha do perdão

A primeira escolha que Jesus fez na cruz foi a escolha do perdão: 

“Quando chegaram a um lugar conhecido como Caveira, ali o crucificaram com os criminosos, um à direita e o outro à sua esquerda. Apesar de tudo, Jesus dizia: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo!” (Lucas 23, 34)

Cristo sofreu tudo aquilo que nós podemos sofrer, à enésima potência. Porém, Ele respondeu com uma palavra de perdão. Ele escolheu perdoar seus próprios carrascos. Essa é a primeira lição que Jesus nos deixa e uma das mais importantes.

A escolha da fé

“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” (Lucas 23, 39)

A salvação de último minuto mais famosa da história é esta do bom ladrão. Ele, no último minuto, conseguiu nada mais,  nada menos, que a própria salvação eterna. Como ele fez isso? Pois bem, esse bom ladrão fez, no último minuto, a escolha certa. Qual? Acreditar em Jesus. Ele fez a escolha da fé.

Jesus viveu sempre na fé, ensinou a todos fazer a escolha da fé, e por isso, quando viu aquele ladrão fazer a mesma escolha, sem duvidar um segundo lhe disse: “Eu te asseguro, hoje estarás comigo no Paraíso.”

A escolha do amor

A escolha mais importante que temos que fazer em nossa vida é a escolha do amor. Essa foi a escolha que moveu toda a vida de Jesus. Aprender a amar como Jesus é tudo o que temos que aprender na vida, mais que qualquer outra coisa: mais que ganhar dinheiro, mais que preparar nossa aposentadoria, mais que divertir-se, mais que cultivar uma boa reputação.

Quando Jesus estava exausto, depois de levar horas sofrendo todo tipo de suplícios e humilhações, sem beber, sem comer, sem dormir e tendo perdido muito sangue, estava no limite de suas capacidades. Seus músculos começaram a ter cãibras e a asfixia dificultou pronunciar qualquer palavra.

Quando Jesus viu sua mãe, Ele diz: “Mulher, eis aí teu filho”. Logo, olhando para o discípulo, diz: “Eis aí tua mãe”. 

Nesta palavra de Jesus vemos as mais profundas preocupações que Jesus levava no coração. Ele não estava preocupado com a sua dor, com a sua vergonha, com seus interesses.

Isto revela a profundidade do amor de Jesus. A pessoa que ama é assim. Não pensa em si mesma, em seus interesses ou nos seus gostos, mas nos outros.

A escolha pelo céu

Essa quarta palavra a encontramos no evangelho de João. A narração diz assim: “Sabendo Jesus que tudo já estava concluído, para que a Escritura se cumprisse, disse: “Tenho sede!” Próximo havia um cântaro cheio de vinagre; então embeberam uma esponja com vinagre, a colocaram na ponta de uma vara de hissopo, e a ergueram até à boca de Jesus.” (João 19, 28)

Desde o ponto de vista físico, Jesus já tinha sofrido todo tipo de torturas nas últimas 12 horas: tinha sido amarrado com cordas e correntes, tinham batido nele, arrancado a barba, os cabelos, tinha sido flagelado, coroado de espinhos, cravado numa cruz e deixado lá para asfixiar pouco a pouco, por longas três horas. E essa é a primeira vez que vemos Jesus queixar-se de algo: Tenho sede.

A sede de Jesus era sede de nosso amor, sede de almas. A sede de Jesus expressava o amor infinito de Deus e ao mesmo tempo sua impotência para conquistar o nosso amor.

A escolha pela justiça

“Profundas trevas caíram por toda a terra, do meio-dia às três da tarde daquele dia. Por volta das três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte: “Eloí, Eloí, lamá sabactâni?”, que significa “Meu Deus, Meu Deus! Por que me abandonaste?” (Mateus 27, 45)

O que isso nos ensina sobre o amor de Deus? Qual é a escolha de amor que está por trás da cruz de Jesus? É a escolha da justiça.

A cruz de Cristo nos ensina que o pecado é odioso e nos afasta de Deus. E ela também nos ensina que a salvação é gratuita, mas não é barata. Deus nos oferece a Salvação sem custo nenhum. É só acreditar Nele e aceitar seu perdão e sua vontade. Mas essa salvação teve para Ele um custo infinito. 

A escolha da fidelidade

Esta sexta palavra foi pronunciada por Jesus minutos ou talvez segundos antes de morrer. Foi realmente uma de suas últimas palavras e nos revela uma dimensão essencial de sua vida. O episódio nos foi transmitido por João, uma das testemunhas oculares no lugar. 

João conta que quando Jesus estava já a ponto de morrer, exclamou: “Tudo está consumado!” (João 19, 30)

Jesus, quando expressa essas palavras nos revela que cumpriu plenamente sua missão. E sua missão era nos salvar. Desde o início de sua vida, Ele foi focado em cumprir aquilo que o Pai lhe tinha ordenado.

A escolha da confiança

Por fim, é incrível pensar, que na hora da paixão e do maior sofrimento, Jesus não está pensando no seu sofrimento, seus olhos estão fixos no seu Pai do Céu. Isso mesmo devemos fazer, também nós, quando passamos por momentos difíceis.

“Já era cerca de meio-dia, quando as trevas cobriram toda a terra até às três horas da tarde; o sol perdera seu brilho. E o véu do santuário rasgou-se ao meio. Então, Jesus bradou com voz forte: “Pai! Em tuas mãos entrego o meu espírito”. E havendo dito isto, expirou.” (Lucas 23, 44)

Cada palavra que Jesus pronunciou tem um ensinamento para nós. Mas esta palavra final tem uma especial  profundidade e nos ensina três coisas muito importantes para lembrar nos momentos de provação e sofrimento. 

O primeiro que nos ensina é que temos no Céu, um Pai que nos ama. Mas a segunda coisa é ainda mais importante: esse Pai do céu é confiável. Podemos realmente confiar nele e abandonar nossa vida nele.

A terceira coisa que aprendemos dessas palavras, é que só Deus pode cuidar das coisas que não se veem: Os méritos que ganhamos durante nossa vida, o amor que entregamos, a generosidade que há em nosso coração, os sacrifícios secretos que tivemos que fazer por amor, numa palavra, só Deus pode cuidar o nosso espírito, nossa alma.


Viva a Semana Santa unido a Cristo com o Seedtime. As Sete Escolhas do Amor é uma série de meditações do Pe. Rodrigo Hurtado, LC, especialmente criada para que possamos viver com Jesus os momentos de sua Paixão e Morte, muito próximos de Seu Coração amoroso.

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