Neste segundo domingo do tempo comum, o Evangelho nos traz o encontro de Jesus com seus primeiros discípulos, André, João e Pedro e o texto nos leva a refletir que Deus sempre tem um plano especial para cada um de nós. Mas, como podemos compreender o chamado de Deus, assim como aqueles discípulos compreenderam?

O chamado de Deus, que podemos chamar de vocação, é sempre algo único e pessoal, intransferível para outra pessoa. Deus é quem pessoalmente chama a mim e minha resposta também deve ser pessoal. Por isso, precisamos aprender a discernir o chamado de Deus e como responder a esse chamado

O chamado de Deus é coerente com o Evangelho

Deus não se contradiz, portanto, quando Ele nos chama, quando percebemos em nosso coração que Deus está nos indicando um caminho a seguir, temos que colocar tudo isso sob a luz do Evangelho.

São Paulo dizia: “Ainda que nós ou mesmo um anjo dos céus vos anuncie um evangelho diferente do que já vos pregamos, seja considerado maldito!” (Gálatas 1, 8)

O chamado de Deus me faz mais parecido com Cristo

Jesus é o modelo, o padrão para avaliar qualquer pensamento, qualquer ideia, qualquer filosofia, opinião ou ideologia. Quanto mais parecidos com Cristo nós formos, mais próximos de atender o chamado de Deus.

O que Cristo faria se estivesse na situação em que estou vivendo agora? É a pergunta que sempre temos que nos fazer, para identificar se estamos vivendo nossa vocação corretamente.

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.”

(Filipenses 2, 5)

O chamado de Deus é coerente com os ensinamentos da Igreja

A Igreja sempre tenta traduzir os ensinamentos de Cristo ao mundo concreto e atual. Os ensinamentos da Igreja falam de biologia, de economia, de direitos sociais, de liberdade religiosa ou de expressão, falam da pobreza, do trabalho, do cuidado da natureza…

“A intenção dessa graça era que agora, mediante a Igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida.”

(Efésios 3, 10)

O chamado de Deus é coerente com os dons que Deus me deu

Deus me criou e me cumulou de dons e talentos e, de acordo com seu plano de amor, esses dons e talentos são as ferramentas necessárias, justamente, para cumprir seu chamado em minha vida.

Deus não nos pede nada que nós não tenhamos as condições necessárias para fazê-lo. Ao contrário, Ele nos criou com toda a capacidade para cumprir a Sua vontade em nossa vida.

“Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada.”

(Romanos 12, 6)

O chamado de Deus está relacionado com minhas responsabilidades

Por que Deus pediria algo que está completamente fora de suas responsabilidades? Por que Deus pediria para você se intrometer em algo que é claramente responsabilidade de outro?

Deus não irá nos perguntar ao final da vida porque nós não fizemos o que era responsabilidade de outros.

O chamado de Deus é um chamado de conversão

As inspirações de Deus vêm para nos ajudar a ser cada vez melhores pessoas, a nos converter sobre nossas atitudes, palavras ou ações, não para nos condenar ou destruir nossa motivação.

A conversão leva a mudar a própria vida, a ter esperança, a condenação nos faz sentir inúteis, indignos, pessimistas e desanimados.

Portanto, fique atento às inspirações que surgem em seu coração e coloque-as à prova, seguindo esses critérios, e certamente você conseguirá discernir, de maneira mais acertada, qual é o chamado de Deus para você.

Assista às homilias do Pe. Rodrigo Hurtado LC no YouTube e descubra outras dicas importantes de como ouvir a voz de Deus e como podemos responder, de maneira mais generosa possível, a esse chamado que Deus faz diretamente ao nosso coração.