Chegamos já na metade do período do Advento, em preparação para o Natal, e uma das reflexões que podemos fazer hoje em dia é: de quem é o Natal? Por que comemorar o nascimento de uma criança acontecido há dois mil anos no Oriente Médio?

O Pe. Rodrigo Hurtado, LC, em sua série de meditações “O grande presente de Natal”, disponível no app de meditações Seedtime, nos ajuda a perceber que o Natal é um fenômeno de proporções universais.

“Durante o mês de dezembro, bilhões de pessoas em todo mundo, de todas as culturas e raças, quebram suas rotinas para decorar suas casas, comprar presentes, organizar ceias e enviar cartões a familiares e amigos. O Natal é celebrado nas casas, nas empresas, nos hospitais, nos bairros e na televisão. O brilho e a alegria do Natal estão por todas partes”.

É assombroso pensar – diz o Pe. Rodrigo –  que o simples aniversário do nascimento de uma criança, num povoado modesto e inesperado do Oriente Médio, há dois mil anos, possa causar tal comoção em lugares como Nova York, Tóquio e São Paulo.

Mas é justamente isso! O Natal é um acontecimento que move todo o mundo e tem sua origem em um evento aparentemente simples, mas que jamais ocorrera antes na história e jamais ocorrerá. E o acontecimento é: O Verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós (João 1, 14).

O Natal é igual para todos?

Porém, o Natal, que para muitos é não somente a recordação do nascimento de Jesus, mas a própria experiência desse momento em suas vidas, já que através da celebração litúrgica do Natal, somos transportados através do tempo e do espaço até aquele acontecimento capaz de transformar o mundo todo, para outros, pode ser um período somente de troca de presentes, de rever parentes distantes ou, até mesmo, um momento de tristeza ou de solidão.

Por que isso acontece, especialmente depois dos anjos terem anunciado aos pastores uma “grande alegria” (Lucas 2, 10)? Isso acontece porque essas pessoas ainda não descobriram o maior presente do Natal.

Para alguns, o protagonista do Natal é o Papai Noel, aquele senhor rechonchudo de roupas vermelhas, que alguns dizem ser São Nicolau, bispo de Mira, na Turquia. Porém, isso seria um tremendo descrédito para esse bispo intrépido que chegou a esbofetear o herege Ário, durante o Concílio de Nicéia, por este negar a natureza divina de Jesus.

São Nicolau não aceitaria substituir Nosso Senhor Jesus Cristo no protagonismo do Natal, e a única semelhança que ele tem com o “bom velhinho” é que ele era famoso por sua caridade e por seus presentes, especialmente neste período de festa da Igreja.

De quem é o Natal?

Diante de tantas renas, flocos e bonecos de neve, papais noéis, duendes e trenós, quase todos incompatíveis com o verão brasileiro, voltamos àquela pergunta inicial: de quem é o Natal?

A resposta é muito simples, mas extremamente profunda e transformadora: o Natal é de Jesus Cristo.

E, à medida que compreendemos essa realidade, essa alegria anunciada pelos anjos aos pastores, tudo se transforma em nossa vida. Portanto, nada melhor para que nosso coração se abra a essa realidade poderosa, do que já começar a transformação no ambiente que nos rodeia.

Vamos dar uma olhada nos nossos enfeites de Natal de nossa casa, para que eles reflitam inequivocamente que o centro do Natal é Cristo. A árvore, o pinheiro, por sua capacidade de permanecer verde mesmo no inverno do norte, representa Cristo, Senhor da Vida. A guirlanda é a coroa do Advento, que nos acompanha no tempo de preparação para a Noite Santa. A estrela é o verdadeiro GPS que guiou os reis pagãos até o berço do verdadeiro Deus.

E o presépio?! O adereço de Natal por excelência. É nele que vemos a representação daquela Noite Santa. Daquele ambiente humilde em que o Filho de Deus vem à luz, para Ele sim nos trazer a verdadeira luz. 

Que neste Natal, deixemos Cristo ser o protagonista de sua própria festividade. O Papai Noel não precisa ser defenestrado, só precisa estar em seu devido lugar de coadjuvante, não de personagem principal.

E ainda lembramos que o Natal não é a simples comemoração do aniversário de Jesus. Na verdade, ele é a celebração do grande mistério de Deus que se faz um de nós. Não é um simples recordar, mas é viver aquele momento que aconteceu há 2 mil anos.