Os milagres que a medicina não conta
No Café com Fé dessa quinta-feira, 22 de julho, Pe. Rodrigo Hurtado, LC, recebe como convidado o médico, Dr. Roque Marcos Savioli, doutor em cardiologia e médico do Instituto do Coração em São Paulo e conversam sobre fé, ciência e os milagres.
Dr. Roque revela que durante sua juventude, e no tempo em que frequentou a faculdade de medicina, possuía uma religiosidade mais social, sem envolvimento pessoal com Deus, mas, durante o início de sua prática médica, alguns casos especiais o fizeram buscar um aprofundamento espiritual que o levaram a buscar Deus em cultos e superstições fora da Igreja.
Contudo, após sua esposa participar de um grupo de oração na casa de uma amiga, ela chegou em casa e o convenceu a ir à Missa no domingo seguinte. Savioli, que até então estava afastado da Igreja e já há algum tempo dedicava-se somente aos temas administrativos do hospital, percebe claramente um chamado de Deus no momento da consagração e, dali em diante, converte sua vida ao seguimento de Cristo. «A partir daí eu me convenci que Jesus era meu caminho e voltei a trabalhar como médico de verdade», conta Savioli.
Importância da Fé
Roque volta a estudar e a atender diretamente os pacientes e confessa que passou a ver as pessoas de outra forma, de uma maneira mais global, compreendendo o sentido do sofrimento humano. Ele passou a ver que não só o sofrimento pode ser um instrumento que Deus usa para que uma pessoa se aproxime mais Dele, mas também percebeu que as pessoas que tinham fé e se dedicavam à oração, apresentavam condições clínicas melhores que aquelas que não tinham fé. Para Savioli, «realmente a fé modificava a evolução das doenças, modificava os pacientes».
Pe. Rodrigo também recorda que « médico com fé entende que o sofrimento tem um propósito» e, pro sua vez, lembra que, na maioria das vezes, antes de Jesus realizar algum milagre, Ele se certificava se a pessoa tinha fé.
Savioli esclarece que Deus não criou o sofrimento. «Ele não pune ninguém com uma doença. Deus é amoroso, é misericordioso».
Os Milagres e a Medicina
Dr. Roque explica que os milagres não são comuns. Um milagre é uma coisa rara de acontecer e, infelizmente, constata que as pessoas não compreendem isso e, no momento de sofrimento, ficam buscando um milagre através de vários meios. «O paciente que tem fé é muito gostoso da gente tratar», diz Savioli. «As pessoas que têm fé conseguem transcender aquele momento, suportar o sofrimento com mais tranquilidade».
Segundo Dr. Roque, existe uma enormidade de estudos científicos comprovando o fato de que pessoas que têm fé melhoram mais rapidamente de doenças. «A cada dia que passa você encontra mais e mais estudos sobre a relação da fé com saúde».
Roque, que é médico desde 1974, conta que teve a experiência marcante de cuidar de dois místicos. O primeiro foi Pe. Léo (Padre Léo Tarcísio Gonçalves Pereira, SCJ, fundador da Comunidade Betânia), que faleceu em decorrência de câncer e que, durante os dez meses de sofrimento da doença, santificou-se com a doença. E, a segunda, foi a Ir. Paola, fundadora da comunidade Aliança de Misericórdia que, com câncer, com dor e no final da vida, estava agradecendo e cantando. «Nunca vi um deles blasfemar», relata Savioli.
O Dr. Roque esclarece que não são os médicos que determinam se uma cura foi um milagre. Cabe aos médicos dizer se uma cura foi inexplicável e a Igreja que define se aquela cura foi um milagre.
Ao ser questionado pelo Pe. Rodrigo sobre o tema da depressão, Dr. Roque conta que 70% dos casos que chegam aos cardiologistas reclamando de dor no coração, na verdade, são casos de depressão. «Não é o oração físico que sofre, mas o coração espiritual». Ao perceber em sua prática médica que muitos pacientes que reclamavam de dor no peito não tinham nenhuma condição cardíaca que justificasse isso, começou a estudar mais a fundo a depressão e viu três elementos presentes: a ansiedade, a melancolia e o sentimento de culpa.
Ele até conta o caso de uma paciente que, após a consulta, revelou uma culpa profunda. Logo após confessar-se com um sacerdote, ela voltou ao consultório curada da dor no peito que a levara ao cardiologista.
Pe. Rodrigo intervém e ilustra que as culpas são como zumbis. Não adianta enterrá-las, porque, à noite elas saem dos túmulos para atormentar. As culpas precisam ser entregues para Cristo na confissão.
Por fim, Dr. Roque comenta que acha curiosa a cena relatada no Evangelho em que os amigos de um paralítico o levam até Jesus, mas como havia muita gente na casa, abrem um buraco no telhado e o descem amarrado à maca. Naquele momento, primeiro Jesus lhe diz que seus pecados estão perdoados. Jesus cura seu espírito. Logo após, Jesus o manda levantar-se, pegar sua cama e ir para casa. Savioli revela que sempre ficava incomodado do porquê Jesus manda o pobre homem levar a cama para casa, afinal, depois de curado, certamente, a cama seria a última coisa que gostaria de ver. Mas, o médico recorda que, muitas vezes, Jesus cura o espírito, mas a doença é algo com o que a pessoa precisa conviver.
«Se você tem uma doença, às vezes você tem que ter. Mas, você tem que transcender essa doença», ensina Dr. Roque.
O Café com Fé é transmitido ao vivo pelo Canal do YouTube do Instituto Católico de Liderança, no Instagram @liderescatolicosbr e no Facebook do Regnum Christi Brasil. Também pode ser ouvido no aplicativo de meditações Seedtime.