No dia de hoje, a Igreja dedica toda uma liturgia especial para a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, que é o nome oficial de Finados. Tanto a rito da Missa quanto a Liturgia das Horas se reveste de um manto solene que mostra aos fiéis a maior verdade, a Eternidade. Não é por acaso que a data foi dedicada no seguinte à Solenidade de Todos os Santos (no Brasil, a festa de Todos os Santos, caso não caia no Domingo, é celebrada no Domingo Seguinte).

Um dia após honrarmos a Igreja Triunfante, isto é, todas aquelas almas benditas que morreram em Estado de Graça e foram levadas aos céus, nos deparamos com a realidade da Igreja Padecente, daqueles fiéis a Cristo que, quando morrem, ainda precisam se purificar da pena por faltas passadas no que a Igreja chama de Purgatório. É a chamada Igreja Padecente.

Dessa maneira, nesses dias especiais, nós, Igreja Militante, que ainda faz sua peregrinação sobre a terra, somos colocados diante de uma bela e tocante verdade, a Comunhão dos Santos. Nós, ainda em vida, podemos oferecer sacrifícios, comunhões, orações e esmolas em sufrágio de nossos irmãos que sofrem no Purgatório, enquanto contamos com a poderosa intercessão dos Santos, daqueles irmãos que já contemplam a glória de Deus.

A Igreja sempre rezou por seus falecidos, com salmos, orações e o oferecimento da Santa Missa, mas foi no século X que foi instituída a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, como uma maneira de nos lembrar do nosso dever de rezar pelos mortos. Um dever de caridade cristã.

A prática teve início com Santo Odilo, abade do mosteiro de Cluny, localizado na Borgonha, França. O santo, que era especialmente dedicado à oração pelos falecidos, certa vez, foi instado a redobrar suas orações pelas almas do Purgatório, ao ouvir que isso irritava profundamente o demônio. Assim, Santo Odilo ordenou que em todos os mosteiros de sua Ordem, após o Dia de Todos os Santos, se comemorassem os fiéis defuntos, com uma liturgia especialmente dedicada à sua memória.

Esse costume tão salutar acabou se espalhando para toda a Igreja e acabou por tornar-se uma observância para todos os católicos.

Indulgência de Finados

Além disso, na data de finados, os católicos podem lucrar uma Indulgência Plenária aplicável somente aos fiéis defuntos. Essa indulgência é normalmente lucrável entre os dias 01 e 08 de novembro, mas por decreto do Papa Francisco, nesses tempos de pandemia, ela foi estendida para todo o mês de novembro.

Para se lucrar uma indulgência é necessário se confessar, comungar, rezar nas intenções que estão no coração do Santo Padre, ainda que seja um Pai Nosso e recitar a oração do Credo. No caso específico dessa indulgência plenária de Finados, há que se cumprir também as seguintes obras: Visitar piedosamente uma igreja ou oratório e ali recitar o Pai-Nosso e o Credo; Visitar um cemitério e rezar pelos defuntos, mesmo que seja apenas mentalmente.