Hoje a Igreja comemora a festa de São José com o título de São José Operário. Essa festa foi criada em 1955, pelo Papa Pio XII, para dar um sentido cristão, justamente, à comemoração do Dia do Trabalhador.

O momento da criação dessa festa foi muito importante, porque, naquela época, passados 10 anos do fim da Segunda Grande Guerra, o mundo se polarizava entre o mundo livre, ocidental, e o mundo comunista, dominado em grande parte pela então União Soviética.

O comunismo materialista e apropriava da linguagem da divisão de classes para espalhar seus males pelo mundo, dividindo os povos e conquistando com mão de ferro e com um discurso que parecia sedutor aos trabalhadores, levando grande parte do planeta a aderir a uma ideologia sem Deus.

O Papa Pio XII, por sua vez, traz à tona esse personagem sublime da Bíblia. O carpinteiro que teve a missão de acolher, sustentar e proteger o Menino Deus feito homem. Uma missão que nunca havia sido encomendada a nenhum homem da terra, nem mesmo a Moisés ou Abraão.

E como José desempenha sua missão? Sendo um verdadeiro pai e marido. Exercendo com justiça os dons que Deus havia lhe dado.

O título “operário” talvez não se enquadre perfeitamente em São José, pois nós já trazemos esse termo contaminado pela ideologia marxista, em que vemos o operário como um trabalhador oprimido de uma grande corporação capitalista.

José, por sua vez, foi um homem que empreendeu e trabalhou para seu negócio. Era um carpinteiro, assim a Bíblia nos revela (Mt 13, 55). O que, em sua época, revelava não só o mister de mexer com madeira, mas um verdadeiro construtor. Ele era operário em seu negócio.

Talvez, nenhum patrão o oprimisse e nenhuma grande corporação do Império Romano o tivesse contratado. José vivia as dificuldades da economia de seu tempo, de um país certamente em crise, pois estava dominado por um império estrangeiro.

Outro momento da vida de José como trabalhador não está descrito nas páginas da Bíblia, mas cabe à nossa imaginação e pelas parábolas de Jesus, podemos até pensar que o protetor da Sagrada Família, quando teve que fugir com Maria e o Menino Deus para o Egito não tenha conseguido exercer a carpintaria em que era mestre e, por sua vez, precisou trabalhar na agricultura ou na pesca para dar de comer aos seus.

Jesus sabia muito de agricultura e de pescaria e, certamente, aprendera isso em sua infância em terra estrangeira, com seu pai adotivo.

A festa de São José Operário, portanto, não deve servir como instrumento de uma ideologia materialista e divisória, que usa o trabalhador como massa de manobra para a desestabilização social, mas devemos olhar o exemplo de José, justo, empreendedor, trabalhador incansável, cuja meta é prover a Sagrada Família do necessário para que Jesus cresça e salve a humanidade.

Que nesta festa de São José Operário possamos, também nós, trabalhar incansavelmente para prover nossa família dos bens materiais e, principalmente, espirituais necessários para uma vida digna e que Jesus tenha condições de crescer também no coração de nossas casas.

Que todos os trabalhadores possam ter, por intercessão de tão grande santo, condições de sustentar suas famílias com dignidade, que vejam seu trabalho como um dom precioso de Deus, capaz de transformar as pessoas que estão ao seu redor.

São José Operário, rogai por nós.