Neste 6º Domingo da Páscoa, Pe. Cleomar Ferronato LC, em sua homilia, nos recorda que cada católico deve ser sinal de uma realidade mais profunda, uma realidade espiritual, a presença de Deus no mundo. Se todos nós deixarmos que essa presença de Deus se faça percebida em nossa vida, a Igreja será sinal de esperança e uma luz mais forte que o sol.

Pe. Cleomar ilustra que aquela primeira Igreja que vai crescendo após a ressurreição de Cristo parece até ser uma instituição humana, num primeiro olhar, com os apóstolos determinando funções, tomando decisões. Essa primeira comunidade vai, então, pregar ao povo de Israel, que por já conhecerem o Antigo Testamento, deveriam estar mais preparados para escutar a mensagem de Cristo Ressuscitado.

Contudo, os apóstolos começaram a encontrar uma certa resistência por parte dos judeus e sentiram, portanto, o desejo de ir pregar aos pagãos, e foram surpreendidos pois, muitas vezes, essas pessoas, que nunca tinham ouvido falar do Deus de Israel, acolhem com alegria a mensagem do Cristo que morreu por amor a eles.

Ao unir, dessa maneira, essas duas maneiras de pensar, os judeus que começaram a seguir a Cristo começam a se queixar e surgem conflitos. E aqui vemos toda essa dimensão humana da Igreja. «Não é tão simples para a Igreja, colocar-se na presença de Deus e buscar sua vontade», reforça o Pe. Cleomar.

Mas, desde o início, esse grupo de apóstolos tinha Pedro como referência. Então, ao invés de tomar uma decisão qualquer, aquele grupo de apóstolos vai até Jerusalém e coloca o problema para Pedro, que, por sua vez, indica quem realmente guia a Igreja, que é o Espírito Santo. Por isso, na primeira leitura, Pedro responde: «O Espírito Santo e nós…».

Essa Igreja, portanto, tinha consciência de que não era só uma instituição humana, mas era uma instituição divina conduzida pelo Espírito Santo. E é justamente toda essa dimensão divina que a liturgia nos traz na segunda leitura da Missa deste Domingo.

A imagem trazida pelo Apocalipse de S. João, da Jerusalém Celeste, toda adornada é justamente a imagem da Igreja, essa cidade que está plantada na terra, mas ao mesmo tempo está no céu e em cujo centro encontramos o Cordeiro, isto é, Cristo. Portanto, «a Igreja vai ser mais bela, vai transmitir melhor o que ela é, à medida que Cristo esteja no centro», afirma o Pe. Cleomar.

O texto do Evangelho, por sua vez, traz uma realidade ainda mais bela, de que essa presença de Deus no mundo também acontece através de cada um dos batizados. Todos aqueles que escutam a Palavra, amam a Deus e amam ao próximo, são morada de Deus.

A vida do cristão não se resolve somente num sentimentalismo que só tem aparência de amor, como também não se explica num puro moralismo de cumprimento de normas. Trata-se de uma abertura à palavra de Deus que pela ação do Espírito Santo fará essa obra maravilhosa em nós, obra da graça que é o amor.

Por fim, Pe. Cleomar, reforça que a liturgia deste 6º Domingo da Páscoa nos lembra dessa realidade profunda, que Cristo ressuscitado, através do Espírito Santo, está atuando na Igreja e está atuando em cada um de nós. Está realmente presente, somos morada de Deus. E, portanto, nós podemos ser luz para o mundo.

  • Pe. Cleomar Ferronato LC é sacerdote Legionário de Cristo e assume as missas dominicais do Instituto Católico de Liderança enquanto Pe. Rodrigo Hurtado LC está em peregrinação pelos lugares sagrados da Terra Santa. Acompanhe a peregrinação do Pe. Rodrigo através de seu Instagram.