No evangelho do último domingo, nos deparamos com a cura da sogra de Pedro de uma doença que lhe causava febre e hoje, Jesus quer nos ensinar como nós podemos enfrentar o sofrimento junto a Ele. Como devemos lidar com as perdas, os sofrimentos e as doenças.

Coisas ruins acontecem a todos

A primeira coisa que devemos compreender, de uma vez por todas, é que coisas ruins acontecem a todo mundo, porque o sofrimento é consequência do pecado original.

O pecado original danificou o mundo e, por isso, vivemos em um mundo quebrado, com a economia quebrada, o clima quebrado, as relações humanas e, claro, nossa saúde. Não podemos nos sentir discriminados por Deus quando enfrentamos um diagnóstico ruim, a perda de uma pessoa querida.

Jesus dizia:

“Deus faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.”

(Mateus 5, 45)

E outra coisa que devemos colocar em nossa cabeça é que Deus não nos castiga. Os sofrimentos e revezes da vida não são um castigo de Deus por nossos pecados, ainda que algumas coisas sejam claramente consequência de algum pecado, mas não foi Deus quem nos deu o sofrimento.

Deus está perto de quem sofre

“Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões”

(Isaías 53, 4)

Deus está perto de nós quando nós sofremos. Isso é uma realidade em nossa vida.

Talvez, Deus não nos cure daquela doença, como Jesus não curou todos os cegos, paralíticos e leprosos de Israel em sua época, mas Deus sempre pode agir e manifestar seu poder em meio ao nosso sofrimento.

Quando estamos sofrendo, Jesus está ao nosso lado desejando carregar nossa cruz conosco, nos livrar de nosso sofrimento, nos livrar do pecado.

Sofrer significa tornar-se particularmente receptivo, particularmente aberto à ação das forças salvíficas de Deus, oferecidas em Cristo à humanidade. Nele, Deus confirmou que quer operar de um modo especial por meio do sofrimento”

(João Paulo II, Salvifici Doloris, nº 23)

São João Paulo II escreveu esse texto quando ficou se recuperando do atentado que sofreu na Praça de São Pedro e que quase lhe tirou a vida.

Escolha cuidadosamente os seus pensamentos

Finalmente, entendido que não estamos sozinhos, que Deus está conosco no sofrimento, temos que estar atentos com o que colocamos em nossa mente, com aquilo no que colocamos nossa atenção.

Temos que escolher nossos pensamentos. Perguntar-nos a cada dia: “Isso que estou fazendo, me ajuda ou me atrapalha?”. Viver é uma escolha. Perdoar é uma escolha. Ficar ressentido, deprimido, destruído é uma escolha também. Por isso, precisamos fazer uma escolha por Deus, pela vida, pela esperança…

São Paulo dizia aos Romanos:

“Tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus.”

(Romanos 8, 28)

Com essas três atitudes, isto é, entender que todos sofrem nessa vida, saber que Deus está perto de quem sofre e escolher a nossa maneira de olhar para o sofrimento, certamente nós iremos extrair dos momentos mais difíceis de nossa vida, aquele tesouro escondido, pelo qual vale a pena vender tudo o que temos, como diz o Evangelho.


Assista à homilia do Pe. Rodrigo Hurtado LC em que ele nos ajuda a compreender essas verdades à fundo e, mais ainda, nos ensina como devemos agir diante das pessoas que sofrem ao nosso redor. Acesse o link abaixo: