Atingindo o transcendental em 11 passos
Fomos criados por Deus e para Deus, por isso temos em nosso coração, ainda que de maneira inconsciente, o desejo de estarmos com Ele. O Catecismo da Igreja Católica expõe: “Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso” (CIC, 27). Não é possível vivermos plenamente se não buscarmos livremente viver nossa relação com Senhor. Santo Agostinho dizia: “Quando eu estiver todo em Ti, não mais haverá tristeza nem angústia; inteiramente repleta de Ti, a minha vida será plena” (Confissões X, 28, 39: CCL 27, 175 [PL 32. 795]).
O mesmo santo afirmou que não podemos compreender quem é Deus, mas apenas o que Ele não é, e como nos relacionamos com Ele. O Catecismo ensina que podemos conhecê-Lo por Suas obras (cf. CIC 47). Sabemos que nosso Criador é transcendente, ou seja, está acima da sua criatura, que não é limitado por ela, pelo templo e nem pelo espaço. Na busca por encontrá-Lo o ser humano recorre a algumas práticas de piedade. Mas, você sabia que é possível estreitar os laços com o Senhor por meio da meditação transcendental? Saiba como, em 11 passos.
1. Prepare um ambiente propício
É impossível praticar a meditação transcendental num local barulhento ou movimentado. Por isso, escolha o ambiente mais tranquilo da sua casa, onde você possa se isolar, pois como nos ensina a Sagrada Escritura: “fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo” (Mt 6,6). Também o Catecismo nos sugere a busca de um “recanto de oração”, com a Bíblia Sagrada e ícones ou imagens religiosas, “para aí estar no segredo diante do Pai” (CIC 2691).
2. Silenciar, sem esvaziar-se
Algumas práticas de meditação, no budismo, principalmente, convidam a pessoa a esvaziar sua mente e a desenvolver um tipo de consciência vazia. Contudo, a meditação cristã é o oposto disso. A meditação para alcançar o transcendental propõe o silêncio, porém sem o esvaziar-se, pois se somos templos do Espírito Santo de Deus (cf. 1Cor 3,16) e estamos buscando por Ele, como é que vamos conseguir alcançá-Lo ao mesmo tempo em que o ignoramos?
3. Respire, inspire
A respiração profunda e lenta é muito importante durante a meditação. Ela acalma a mente e produz uma sensação de relaxamento para o corpo, necessários para realizar a meditação transcendental.
4. Observe o movimento dos seus pensamentos
É difícil termos o controle dos nossos pensamentos quando nos dispomos à meditação transcendental, mas é possível, sim, conduzi-los para Deus. Sempre que perceber que a sua mente começa a vagar, rapidamente procure reconduzi-la. Observe que, muitas vezes, nosso pensamento tende a se voltar para os nossos problemas. Por isso, aproveite quando isso acontecer para entregar o que te incomoda nas mãos de Deus.
5. Converse com as distrações
Vivemos cercados por ruídos – distrações – que facilmente nos tiram dos nossos objetivos, como por exemplo, redes sociais, TV, vícios, etc. No entanto, há algumas distrações que, acredite, podem ser sinais da presença de Deus entre nós. O canto de um pássaro, o perfume de uma flor, um odor agradável no ar, uma folha que cai ao chão, um abraço inesperado, enfim, são diversos os sinais que o Senhor pode nos dar, basta estarmos atentos e abertos para acolher. Por isso, durante a meditação transcendental esteja atento e até mesmo tire proveito das distrações.
6. Foque em uma modalidade
Cada vez que você for meditar, escolha uma única modalidade específica para ter melhor eficiência. Depois de experimentar todas as modalidades (em dias diferentes), você pode optar por realizar sua meditação transcendental com a qual você melhor se adaptou ou continuar fazendo um revezamento. As modalidades são: Lectio Divina (oração meditativa da Palavra de Deus), Meditação de um livro espiritual ou a Meditação a partir de um ícone sagrado.
7. Escute a si mesmo, e escute a Deus
Para atingir o transcendental precisamos prestar atenção a tudo o que está ao nosso redor e dentro de nós, a fim de estarmos atentos à nossa própria realidade. Por isso, no mais íntimo devemos reconhecer o sentimento que nos domina naquele momento, e deixar que o nosso pensamento nos conduza a Deus. Esteja também atento ao que o Senhor fala ao teu coração.
8. Reflita: quem você é diante de Deus?
Quando nos colocamos diante de Deus – Aquele que nos conhece desde sempre – devemos fazê-lo com sinceridade. Como pecador que somos, é inútil querer vestir uma máscara de pureza. Precisamos rasgar nossas vestes miseráveis, demonstrando toda nossa miséria espiritual, carente dos cuidados e do perdão do nosso Criador.
9. Medite: quem é Deus para ti?
“Deus, que revela o seu nome como sendo ‘Eu sou’, revela-Se como o Deus que está sempre presente junto do seu povo para o salvar” (CIC 207). Mas, e para você, quem é Ele? O tens como um Pai, que te acolhe em tuas misérias, ou como um juiz que te condena e te castiga? Muitas vezes temos uma visão distorcida do nosso Criador, o que nos impede de nos relacionarmos melhor com Ele. Por isso, durante a sua meditação transcendental, se for preciso, procure redefinir quem é o Senhor na sua vida.
10. Mergulhe nos Evangelhos e as Sagradas Escrituras
A Bíblia Sagrada está repleta de ensinamentos, mas, mais do que isso, ela é como que uma porta que se abre para nos colocar diante de Deus. Procure sempre ler um trecho dos Evangelhos ou até mesmo do Antigo ou do Novo Testamento, você pode se surpreender como Deus fala ao nosso coração por meio das Sagradas Escrituras.
11. Medite a partir dos sacramentos
Entre os sacramentos que Deus nos deixou, o que mais nos põe em contato com o transcendente é a Sagrada Eucaristia e o Sacramento do Perdão, também conhecido como Sacramento da Misericórdia ou Sacramento da Confissão. Quando nos confessamos, nos colocamos diante de Deus entregando a Ele nossos pecados, por meio do sacerdote, e recebemos Dele o seu perdão. E, ao recebermos a Sagrada Eucaristia, estamos alimentando nossa união vivificante com o Senhor. A comunhão fortifica nossa vida espiritual e nos fortalece para as batalhas da vida.