No Café com Fé desta última quinta-feira, Adriano Dutra recebeu como convidado Rodrigo Coelho, Chefe de Gabinete do Diretor Geral da ANEEL e conversaram sobre o futuro da energia no Brasil e sobre a missão do católico dentro de uma agência reguladora do governo federal.

Rodrigo, que é graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade de Brasília, Mestre em Economia e Regulação dos Serviços Públicos pela Universidade de Barcelona, atua há 16 anos no Setor Elétrico.

Há 4 anos, Rodrigo, que é casado, se dedica ao Homeschooling com seus 4 filhos, tendo iniciado a experiência quando a família se mudou para Barcelona para que ele pudesse fazer um mestrado. Antes de exercer a carreira de engenheiro, ele também foi colaborador do Movimento Regnum Christi e exerceu trabalhos voluntários no México, na Itália e em São Paulo.

O entrevistado, ao falar sobre o Homeschooling, revela que muitas pessoas perguntam como ele consegue conciliar a vida de um servidor público com um cargo tão exigente com a atividade de pai educador, e ele responde que a pergunta que fez junto a sua esposa é se eles estavam dando prioridade a sua principal missão, que é educar os filhos e levá-los até o céu. 

Para Rodrigo, a prática do homeschooling se desenvolve na busca de uma formação integral de seus filhos, não somente ensiná-los as matérias do currículo escolar. «Educar as crianças é muito mais do que ensiná-las», explica.

Papel da ANEEL

Rodrigo explica que a ANEEL atua especificamente no setor elétrico e seu papel é garantir o fornecimento de energia, regular as políticas públicas definidas pelo governo e congresso federal e fiscalizar, para verificar que as empresas concessionárias estão cumprindo esses regulamentos, incluindo a análise da qualidade do fornecimento de energia elétrica que chega no consumidor. 

A ANEEL também tem o papel de calcular as tarifas de energia elétrica, que une diversos fatores para esse cálculo, incluindo os encargos e tributos, os custos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

Cenário Energético

O Brasil é um país que tem um enorme potencial hidráulico, com uma enorme quantidade de rios e quedas d’água, o que nos torna um dos maiores geradores de energia hidrelétrica do mundo. Outro fator importante é que, desde os anos de 1970, foram instaladas as grandes usinas hidrelétricas no país com uma capacidade de armazenamento muito grande. Na época, podíamos ficar bastante tempo sem chuvas, já que esses grandes reservatórios eram suficientes para atender nosso consumo.

Com o tempo, o consumo de energia foi aumentando, mas por questões ambientais, já não podíamos mais contar com a criação de hidrelétricas com reservatórios tão grandes e a escassez de chuvas nos impulsionou a gerar energia com termelétricas. O primeiro momento que passamos por dificuldades, segundo Rodrigo, foi em 2001, quando houve um risco de um «apagão».

Contudo, em 2008, com um novo cenário de escassez hídrica e subsídios do governo se iniciou o desenvolvimento da geração de energia eólica no Brasil, que possui um dos maiores potenciais de geração dessa energia no mundo. Em 2015, houve outro momento difícil em virtude de fenômenos climáticos globais que trouxeram menos chuvas para o Brasil, mas não se teve a mesma dificuldade que em anos anteriores por conta de uma base de termelétricas já bem estabelecida.

Contudo, em 2012 a ANEEL já havia regulado o desenvolvimento da geração de energia solar fotovoltaica para consumo próprio no Brasil, mas as grandes usinas solares, como são vistas em outros países, aqui no Brasil começou em 2015, permitindo uma capacidade de diversificar a matriz energética do país, segundo Rodrigo.

O entrevistado também menciona que o custo da instalação de pequenas usinas solares fotovoltaicas tem diminuído, permitindo que um maior número de pessoas instalem essas usinas em suas residências, comércios e indústrias.

Rodrigo também alerta sobre a possibilidade de, nos próximos anos, o consumidor ter a liberdade de escolher sua distribuidora de energia elétrica e não precisar ficar submetido àquela distribuidora de sua região, da mesma forma que aconteceu com a telefonia há alguns anos, aumentando a concorrência, o que geraria melhores serviços e menores tarifas.

Liderança Cristã

Por fim, Rodrigo esclarece as responsabilidades de seu cargo e recorda que sempre dialoga com seus colaboradores perguntando sobre «qual é seu propósito de vida». O que ele sempre reforça às pessoas que convivem com ele no trabalho é que não estamos aqui por acaso, mas precisamos deixar uma marca nas outras pessoas que cruzam nosso caminho. 

O entrevistado ainda conta que, toda manhã, quando termina sua meditação, pede a Deus que lhe dê a graça «de olhar para cada um neste dia de hoje e amá-lo de alguma forma, por serem filhos de Deus». 

  • Assista esse episódio completo do Café com Fé em nosso canal do YouTube e confira todos os episódios do podcast Café com Fé no aplicativo de meditações Seedtime e nas melhores plataformas de podcast.