Nessa quinta-feira, no Café com Fé, Adriano Dutra recebeu Mila Miranda Costa, que trouxe seu testemunho de empreendedora, mãe e mulher de fé. Mila relatou os milagres de Deus em sua vida, com o nascimento de seus dois filhos e revelou as colunas que a sustentam: a oração, o trabalho e a maternidade.

Mila Miranda é dona da B.E.M. Arte Têxtil (@bemartetextil) cujo nome tem origem não só no bem que ela desejar fazer através da arte do bordado, mas traz o acrônimo com as iniciais de seus filhos Benjamim e Enzo, e a inicial de seu próprio nome e de sua mãe, Maria. É justamente essa história com seus filhos que traz Mila a esse podcast do Instituto Católico de Liderança.

Quando se casou, Mila descobriu, que, por motivos de saúde, seria muito difícil para ela e o marido realizarem o sonho de ter filhos, mas com a fé que recebeu de sua mãe e com confiança em Deus, teve a notícia de um primeiro milagre em sua vida. Estava grávida de gêmeos.

«A emoção foi tamanha que meu corpo inteiro tremia, porque, de repente, eu saí da condição de uma mulher que tinha a mínima possibilidade de engravidar, segundo a medicina, para ser mãe de gêmeos», revela Mia.

Contudo, quando as crianças contavam com 7 meses e meio de vida, Benjamim desenvolveu sintomas de o que parecia ser uma gripe, o que o levou ao hospital em Imperatriz, MA, onde viviam. Em 6 de novembro de 2017, como resultado de um exame de Ecocardiograma, descobriram que o menino sofria de miocardiopatia e ventrículo esquerdo não compactado. Esse diagnóstico também se repetiu com o irmão, Enzo.

Na busca por um tratamento para as crianças, Mila se deparou com a necessidade de ir com seus filhos para São Paulo, deixando casa própria, emprego e familiares no Maranhão, para uma consulta no Incor (Instituto do Coração), único local que poderia oferecer alguma esperança. Na impossibilidade de arcar com uma UTI aérea, Mila, com muita confiança em Deus, embarcou com a família em um voo comercial e chegou na capital paulista no dia 6 de dezembro, com consulta marcada para dia 11 do mesmo mês.

Já no dia seguinte a sua chegada, as crianças passaram mal e ela se dirigiu ao Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas, que imediatamente transferiu seus filhos ao Incor. Nesse momento, Mila revela que em meio à apreensão, glorificava a Deus porque as crianças receberiam atendimento justamente onde precisavam. Após receberem os medicamentos e estabilizarem, Mila foi surpreendida com a notícia de que seus filhos precisariam de transplante cardíaco, pois possuem uma mutação genética rara, sendo o primeiro caso no Brasil e talvez do mundo.

Nesse período, sem poder retornar para Imperatriz, Mila e sua família ficaram na ACTC – Casa do Coração, entidade de apoio a crianças e adolescentes cardíacos e transplantados, situada à Rua Oscar Freire, em São Paulo. Ali, Mila e sua família receberam apoio psicológico, terapêutico e aulas de bordado, em estilo livre. A entidade promove essas atividades para ajudar as mães a ter um trabalho e também como terapia.

Em julho de 2018 os meninos contraíram H1N1 e tiveram que ser internados. Como Mila passando toda a noite em claro com eles no hospital, resolveu utilizar o trabalho com os bordados para deixar seus pensamentos centrados enquanto os meninos se recuperavam. Ao terem alta, não podiam voltar para a ACTC pelo perigo do contágio e decidiram buscar um lugar para morar, enquanto Benjamim e Enzo aguardavam na fila do transplante.

«Porém, onde iríamos alugar um lugar só para nós, três adultos desempregados com duas crianças na fila do transplante?», perguntava-se, Mila, ao que sua mãe respondia: « – Vamos confiar no Senhor. Ele nos trouxe até aqui».

As opções ainda eram reduzidas por conta da impossibilidade de ficarem distante do hospital, caso tivessem que correr para o transplante, tão logo fossem chamados. Mila contou que trabalhavam, cuidavam das crianças e, nos intervalos, buscavam um lugar para alugar e, nsse momento, os amigos de Mila desempenharam um papel fundamental. Pois, conseguiram que ela pudesse alugar um apartamento.

Como se ouvissem um apelo da Providência Divina, esses amigos também providenciaram móveis e toda ajuda necessária para que a família se estabelecesse na cidade.

«Diante de cada situação, Deus foi colocando um amigo ou uma amiga em minha vida», diz Mila. «É preciso ressaltar o valor da amizade»… «Eu achava que tinha poucos amigos, mas Deus me deu uma família imensa de amigos em São Paulo».

Nesse momento é que Mila e sua mãe começam a empreender na área têxtil, com os bordados. Sua primeira atitude foi ligar para um primo, que enviou algumas peças de bordado, em ponto cruz, de uma cidade próxima a Imperatriz, no Maranhão, que é famosa por essa arte e começaram a vender. Elas também viram a necessidade de trazer o aprendizado que tiveram na ACTC para essa técnica de sua região. Era o início da B.E.M Arte Têxtil.

«Hoje, para você empreender, é necessário gestão financeira, marketing digital e a gestão de tempo», esclarece Mila, que precisa administrar a casa, dar a atenção necessária aos filhos e ainda ter tempo para o bordado, que «é uma atividade que requer calma, requer cuidado». 

Em março de 2019, Mila coloca os meninos para dormir e faz uma oração, pedindo a Deus que fosse feita a vontade Dele; pois, a vontade da mãe é que os filhos não precisassem de transplante, mas que a situação se estabilizasse. Nessa mesma noite, por volta de 1h da manhã, o telefone toca com a notícia de que um possível doador estava a caminho do Incor e era para Mila levar os dois meninos para lá.

Pelos exames, Enzo foi o eleito para receber esse transplante. Enquanto Benjamim volta para a casa com a avó, Mila permanece no hospital e liga para os amigos, que imediatamente começaram a interceder pela situação. Ao meio-dia, desceram para o centro cirúrgico e ela foi permitida a entrar até a sala para deixar o Enzo. «Aí eu entendi o que Maria passou. O que é para uma mãe ver o filho cumprir a missão. Entreguei meus filhos nas mãos de quem eu não conhecia, confiando que ia recebê-lo vivo em meus braços», revela Mila.

Às 20h, aproximadamente, os pais receberam a notícia de que o coração havia batido no peito de Enzo, a pressão estava regulada e que estava tudo bem. Em 20 dias, o menino já corria pelos corredores do hospital. Mais um dos inumeráveis milagres na vida da família. Apesar das demais internações e do pós-operatório difícil, Mila sempre repetia para seus filhos o que Deus disse para Josué: «Sede forte e corajoso. Deus é com você» (Josué 1,9)

Após ter ficado em casa nos meses de junho e julho, sem maior intercorrências, Mila decide ir ao Maranhão, pois tinha saído em 2017 para uma consulta em São Paulo e não tinha mais retornado. Chegando dia 6 de agosto em Imperatriz, na madrugada do mesmo dia, recebe a informação de que havia surgido um doador, agora para o Benjamim. Retornou a S. Paulo imediatamente, num voo repleto de escalas, com a dor no coração de não ter podido abençoar seu filho que entrava para cirurgia. Após 12h de viagem, conseguiu chegar ao hospital. Estava tudo bem, Benjamim tinha recebido o coração e estava se recuperando na UTI. Outro milagre na vida da família.

Em junho de 2020, Enzo começou a apresentar problemas de saúde. Em julho é levado ao Incor e os médicos perceberam diversos nódulos além do fígado e do pâncreas estarem com suas funções alteradas. O diagnóstico foi linfoma. Mila teria que enfrentar uma nova jornada e, então, novamente se volta a Deus, com confiança e pede por outro milagre. Passados 15 dias, no Instituto de Oncologia Infantil, a médica começa a examinar Enzo e revela que o menino já não tinha mais sinais de linfoma. Mila chorava, pois sabia que Deus tinha feito outro milagre.

Essas não foram as únicas histórias e milagres relatados por Mila no Café com Fé dessa semana, que demonstra, a cada momento, sua fé em Deus e sua confiança na Providência Divina e afirma que «a fé não é um sentimento. A fé é uma certeza… A fé é uma confiança que você tem um Deus, que é apaixonado por você e que está com você». «Se você acredita que tem um Deus amoroso que está com você, ele também virá em teu socorro».

Mila também ensina que as as pessoas têm dificuldade de confiar que temos um Deus que nos assiste em tudo. Também têm dificuldade em admitir que precisam de ajuda e, portanto, têm dificuldade de pedir ajuda e, por fim, têm dificuldade em oferecer ajuda. «Essa pandemia tem que trazer alguma coisa nesse sentido. Tem que nos mudar. Temos que olhar um para o outro», deseja.

Por fim, Mila reflete que «ainda que minha vida fosse só cuidar dos meus filhos, já era muito coisa. Mas, eu administro o trabalho, a oração e a maternidade». «Não existe a Mila sem a oração, que alimenta a alma; não existe a Mila sem o trabalho, que alimenta a mente e minha grande missão, que é ser mãe desses meninos», a maternidade.

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Redação do Instituto Católico de Liderança