Verdadeiramente Cristo ressuscitou!! Esse é o grito que a tradição ortodoxa repete por todas as partes na festa da ressurreição de Cristo. Uma das cerimônias mais simbólicas e inesquecíveis do mundo acontece no próprio sepulcro de Cristo, em Jerusalém, o dia da Páscoa. 

A Basílica do Santo Sepulcro é o único templo cristão onde igrejas orientais e ocidentais adoram um mesmo Deus sob um mesmo teto e ao mesmo tempo. Lá dividem o espaço 7(sete) diversas denominações cristãs.

As principais são: os cristãos armênios, os greco-ortodoxos e os católicos romanos, mas também estão presentes no lugar os cristãos coptas, sírios, etíopes e luteranos.

Apesar disso, ou talvez precisamente por isso, as chaves do lugar estão em mãos de uma família muçulmana. É uma tradição que vem desde o século VII d.C., ou seja, que têm mais de 1300 anos.

A tradição

Segundo a tradição, o motivo seria que os muçulmanos, que controlavam a cidade naquela época, queriam desse jeito mostrar sua superioridade e domínio sobre os cristãos.

Mas existe um outro motivo histórico, ainda muito evidente: as seis denominações cristãs que compartilham o templo, dificilmente chegam a um acordo sobre diversas questões práticas como: reparos, manutenção ou até mesmo a limpeza da igreja.

Apesar disso, a Vigília da Ressurreição é a única cerimônia que celebram todos juntos. 

O ritual tem um marcado tom oriental. Todos se reúnem em torno da edícula, onde foi depositado o corpo de Jesus depois da crucificação. Se lêem as leituras do Antigo e Novo Testamento, se realiza o resto da missa, segundo uma tradição parecida à católica.

Quando tudo termina, já na madrugada, o patriarca ortodoxo entra na edícula e fecha a porta. Lá fica em oração toda a noite até que os primeiros raios do sol entram pela janela superior da cúpula e iluminem o interior da basílica.

Nesse momento, o patriarca abre a porta da edícula, sai e estendendo sua mão com a tocha acesa, grita. “Cristo ressuscitou!” Todo mundo responde “Verdadeiramente ressuscitou!”.

Imediatamente, todos começam a acender suas velas no fogo da tocha, se abrem as portas da basílica e toda a assembleia sai da Igreja pelas ruas de Jerusalém gritando “Cristo ressuscitou!”.

As pessoas que já acordaram, abrem as janelas de suas casas e respondem: ”Verdadeiramente ressuscitou!”

Partindo da Basílica e estendendo-se por toda a cidade antiga, o anúncio da ressurreição de Cristo avança como rios de fogo pelas diferentes ruazinhas de Jerusalém. É um espetáculo realmente de arrepiar.

A emoção de cada cristão

Mas eu me pergunto: não deveria ser essa a emoção de cada cristão ao sair da missa? Acaba de presenciar uma nova ressurreição de Cristo e essa realidade, se acreditada com fé viva, deveria transformar toda nossa vida.

Como as mulheres que saíram correndo do sepulcro para avisar os apóstolos, como os apóstolos que testemunharam com coragem diante dos chefes do povo, como Paulo de Tarso que tinha como máxima honra proclamar o nome de Jesus, onde nunca tinha sido escutado.

Assim também nós, deveríamos ter o nome de Jesus continuamente em nossos lábios.

E se isto pode-se dizer de qualquer cristão, quanto mais de qualquer sacerdote! 

O sacerdote é um ministro de Cristo, alguém que toca com suas mãos o mistério todos os dias, que vive totalmente dedicado ao Senhor e Mestre, que presencia o milagre da ressurreição em tantas almas que tratam com ele… o que poderia roubar sua alegria? Pois é… o que vemos hoje é uma realidade bem diferente.

É triste falar disto, mas não poucas vezes encontro sacerdotes cansados, desanimados ou tentando parecer “normal”. Sacerdotes políticos, cantores ou pior, que mantêm uma vida dupla.

Querem se misturar com os homens e ser iguais a eles, e o único que conseguem é igualar a insatisfação e a tristeza do coração que reina por todas partes.

Como diria o Apocalipse, “abandonaram o amor primeiro” (Apocalipse 2, 4), deixaram-se intimidar pela opinião da sociedade, onde o sacerdote caiu dos primeiros lugares do “ranking de respeitabilidade” para um lugar no meio da lista, quando não na parte mais baixa, por causa dos abusos e escândalos das últimas décadas. Hoje é mais respeitado e valorizado um professor, um médico ou um psicólogo, do que um sacerdote. 

Lembro de ter visto numa ocasião um livro com todas as diversas profissões que você pode estudar. Você quer ser médico? Busque na página 32. Você quer ser mecânico? Busque na página 28. Você quer ser algo estranho tipo, astrólogo, mergulhador ou dançarino? Podia encontrar essas profissões nas páginas 3, 11 e 25. Agora, não procure na “S” a palavra sacerdote, ou na “C” a palavra clero, ou na “M”, ministro do culto… Essas carreiras não existem, são ao máximo, toleradas.   

A realidade, porém, é que existem muitos, milhares de sacerdotes felizes e realizados. Muitos jovens que sentem o chamado de Cristo e estão dispostos a deixar sua família, seus projetos e até seu país para ganhar menos do que ganha um encanador, mas colaborar com Cristo e dar a sua vida um sentido transcendente.

A ressurreição segue sendo a fonte secreta da qual brota sua mais profunda alegria.

O poder da ressurreição

Pode não ser tão visível, mas o poder da ressurreição é o motor oculto que impulsiona homens e mulheres por todo o mundo.

Esse poder da ressurreição inspira os empresários a usar sua influência para produzir uma mudança real na sociedade, é o que abre o coração e as mãos de tantas pessoas para compartilhar seus bens com quem precisa e leva as virgens a consagrar sua vida ao divino esposo.

Por isso, a festa de Páscoa, é a principal de nossa fé. O núcleo secreto que move a Igreja. O meu desejo e minha oração é que também você e toda sua vida seja tocada pelo poder da ressurreição de Cristo.

São Paulo dizia aos filipenses: “O que para mim era lucro, passei a considerar como prejuízo por causa de Cristo. Mais do que isso, compreendo que tudo é uma completa perda, quando comparado ao conhecimento de Cristo, e ao poder da sua ressurreição” (Filipenses 3, 7).

Nós também experimentamos esse poder da ressurreição de Cristo. Os seminários cresceram, o Instituto chegou a muita mais pessoas durante o ano de pandemia, muitas pessoas tem passado para nós seu testemunho de como o Espírito Santo tocou suas vidas, oportunidades e caminhos de evangelização se abrem por todas partes… Deus tem pressa e está querendo o mundo de volta. Como nós vamos colaborar?

Sim, esse é o convite que quero fazer para você hoje. Seja um colaborador do Instituto ou do Seminário. O Instituto quer formar líderes católicos para o mundo e para a Igreja. Líderes são, entre muitos outros, os empresários, os médicos, os professores, os pais de família, os políticos, os comunicadores, os sacerdotes… mas só quando eles se deixam mover pelo Espírito Santo.

Nós católicos temos que unir nossas mãos para lançar a nova evangelização que o Papa Francisco está nos pedindo. Que melhor momento que a Páscoa de Ressurreição. O Espírito Santo está agindo, corresponde a nós colaborar e ser protagonistas ou ficar indiferentes e apenas espectadores.

Você pode colaborar em primeiro lugar com sua contribuição mensal clicando aqui. 

É uma grande ajuda sem a qual todo este projeto não seria realidade.

Seja generoso(a) e Deus também o será com você. Seja desprendido, e você possuirá um tesouro nos céus.

De nossa parte, agradecemos sua generosidade para poder continuar formando sacerdotes e evangelizando através do Instituto. Que Deus lhe abençoe e o acompanhe sempre. Contem com minhas orações por você e toda sua família