No Café com Fé dessa semana, Pe. Rodrigo Hurtado, LC, recebe a Economista Ana Carolina Ayres Netto que trabalha com desenvolvimento humano desde 1994 e conversam sobre a devoção especial a São José, pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo e patrono da Igreja.

Ana Carolina, que é Coach de Carreira e de Comunicação Interpessoal, revela que fez uma viagem para o canada no ano 2000 onde está o maior oratório dedicado a S. José (Montreal) e um dos maiores do mundo. Nessa viagem a esse oratório fundado pelo Irmão André Basette, foi quando ela começou a ler sobre S. José e sobre o fundador do oratório e então, nasceu uma evocação especial pelo esposo de Maria.

A partir daí, Ana Carolina conta que começou a enviar alguns e-mails para amigos, lembrando da festa de S. José celebrada pela Igreja no dia 19 de março, e isso começou a tomar volume até que ela passou a escrever reflexões para acompanhar uma novena dedicada a S. José, que já se espalhou pelo mundo. Ana revela que já tomou conhecimento de pessoas em Hong Kong e na Bélgica que receberam sua novena para S. José. 

Por sua vez, Pe. Rodrigo recorda que a prática das novenas surgiu dos 9 dias em que os Apóstolos e Maria ficaram recolhidos em oração, preparando-se para a vinda do Espírito Santo, prometido por Jesus por ocasião de sua Ascensão. Da subida de Jesus aos céus até a véspera da festa de Pentecostes, conta-se exatamente nove dias. Foi a primeira novena da Igreja, por assim dizer.

A Bíblia traz pouquíssima coisa de S. José, reconhece Ana Carolina, porque nos primeiros anos da Igreja era preciso se focar na pessoa de Jesus. Depois que o culto a Jesus esteve consolidado, foi a vez de se dar enfoque em Nossa Senhora e, agora, chegou um momento em que a figura de S. José vem ganhando relevância. 

Carolina conta que suas fontes para escrever sobre S. José são os diversos livros que existem sobre o santo e os comentários sobre os evangelhos que foram escritos por santos ao longo dos anos e aquilo que lhe vem ao coração quando medita sobre a pessoa de S. José em oração. «É fruto de um amor que tenho por ele que as coisas vão saindo», confessa Ana Carolina.

São José ensina o que é prioridade

Ana Carolina também recorda que José nos ensina o que é a prioridade. Ele trabalhava com os olhos postos em Deus, que era o centro de sua vida. «Ele tinha uma vantagem nessa parte porque ele fazia tudo por Jesus e com Jesus. Jesus estava ali com ele e toda sua vida foi dedicada a sustentar, proteger, ensinar e amar Jesus». O trabalho era uma ferramenta que ele usava para amar a Deus». 

Para Ana Carolina, nós perdemos o equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho, porque vemos o trabalho como um fim, não como um meio. José via o trabalho como uma ferramenta. Ele não se desgastava, porque ele fazia por Deus e com Deus. Ela também recorda que quem melhor nos ensina o equilíbrio entre trabalho e família é Jesus, quando fala com Marta, irmã de Lázaro e Maria. «Ele não repreende Marta, mas está colocando as coisas em suas prioridades», pensa Ana Carolina.

A economista também nos ajuda a perceber que temos uma vantagem em relação a S. José, que tinha uma intimidade com Jesus em vida. «Nós podemos ter Jesus dentro de nós e ainda podemos visitá-lo em qualquer sacrário. A Eucaristia é um tesouro… Deus está ali presente a todo tempo, tão acessível, de uma forma tão simples».

O silêncio de José

Para Ana Carolina, a marca registrada de José era seu silêncio. José, da mesma forma que Maria, também meditava as coisas em seu coração e isso é importante para que possamos ter discernimento sobre nossa vida. Para se ter discernimento, precisamos ser pessoas de oração. «A base para se ter discernimento é a oração, e a base da oração é o silêncio». «São José era o homem de silêncio e é mestre de vida interior».

A convidada do Café com Fé vê em São José um santo simples, por sua humildade. Contudo, ela também recorda que Deus Pai olhou todas as gerações que já existiram, desde Abraão, passando por Isaac, profetas e sábios e só encontrou em José a figura que o representaria diante de Jesus como figura paterna. «São José era o rosto do Pai para Jesus». Isso faz de José um homem absolutamente especial, mas «completamente escondido… ele não se impõe em nada, ele é gentil, amoroso, discreto», comenta Ana Carolina.

Agora que a Igreja comemora o Ano dedicado a esse santo tão importante, Ana Carolina comenta que a figura de São José está chegando no lugar que ela merece e que é necessário para nós. 

Agora a figura de S. José está chegando no lugar que ela merece e que é necessário para nós, nesse tempo em que o narcisismo rola solto, a alto complacência. A descrição de S. José é uma lição para nós.

Para a convidada, hoje existe uma inversão de valores muito grande. «Parece que hoje em dia existe um esforço para enfraquecer a figura masculina». Ana Carolina reflete que parece que para a mulher ter seu espaço, precisa haver um detrimento da figura masculina, e José vem para nos ensinar que Nossa Senhora dependia dele para proteger o Filho de Deus, para sustentar Jesus, mas isso nunca enfraqueceu a imagem dela.

Ide a José, ele não falha

Ao encerrar o episódio do Podcast, que pode ser baixado em todos os melhores aplicativos, Ana Carolina conta que recebeu inúmeras graças por intermédio de São José, «algumas vezes de uma forma muito escandalosa e outras vezes de uma forma bem discreta, mas a maior graça que eu recebi de São José foi ele me dar esse privilégio totalmente imerecido de poder amá-lo e falar dele».

«Ele pode alcançar tudo dos corações de Jesus e Maria», ilustra Ana Carolina. «Esses dois corações não negam nada a S. José. Podem pedir tudo o que vocês quiserem, porque se for para nosso bem, ele alcança. Ide a José, ele não falha».

Ana Carolina lançou um e-book com a novena meditada em honra a S. José que será disponibilizado no site do Instituto Católico de Liderança. Basta acessar o site do Instituto e fazer o cadastro para receber e-mail quando o download do livro estiver disponível.