Hoje a Igreja comemora São Mateus, que era cobrador de impostos, uma profissão terrível aos olhos dos judeus, que os consideravam pecadores públicos e impuros, e que, tão logo ouviu o convite de Jesus, largou tudo para trás e o seguiu, tornando-se também um dos quatro Evangelistas.

O relato de sua conversão pode ser encontrado em seu próprio Evangelho. Quando Jesus passou diante do posto fiscal de Cafarnaum, olha para Mateus e dispara: «Segue-me!». O próprio Mateus conta que imediatamente se levantou e o seguiu.

Mateus não deixou para depois. Talvez, depois, fosse muito difícil para ele, como foi para aquele jovem rico que não seguiu Jesus e que sequer sabemos o nome. Um coletor de impostos recebia um bom salário de Roma e geralmente gozava de grande riqueza, até mesmo para suportar o fato de serem rejeitados por todos os judeus, que os viam como impuros.

Se Mateus retardasse sua conversão, talvez também sequer saberíamos seu nome, mas ele se levanta imediatamente e segue Jesus. E, qual não deve ter sido sua surpresa quando Jesus, na mesma noite, foi jantar em sua casa. Uma casa «impura», segundo os judeus, cheia de «pecadores», que também foram tocados por Jesus naquela noite.

A conversão de Mateus é a prova de que não há empecilhos para a graça de Deus. Ele estava em  pleno pecado, cobrando impostos, quando Jesus o chama. E sua conversão serve de testemunho para outros pecadores daquela cidade.

Ele também foi o autor do primeiro Evangelho, não escrito em grego, mas provavelmente em aramaico, e dirige suas palavras para uma comunidade de cristãos advindos do judaísmo, realçando em todo seu texto que Jesus é o Messias esperado pelos judeus.

Após a ascensão de Jesus, Mateus foi evangelizar no Oriente e, depois, segundo antiga tradição, foi martirizado na Etiópia, sendo suas relíquias transportadas para Salerno, na Itália, onde são veneradas até hoje.