No Domingo de Ramos, somos levados a meditar sobre a Paixão de Cristo, preparando nosso coração para a Semana Santa que se inicia e, aos olhos do mundo, a crucifixão de Jesus foi a derrota, o fracasso final de Jesus.

Parece que sua missão e todos seus propósitos foram totalmente destruídos. Jesus fracassou na sua tentativa de fundar a Igreja, passou rápido demais. Os discípulos estavam arrasados.

Mas para quem olha com os olhos da fé, isto não foi o final, não foi uma derrota. Foi o triunfo, a vitória definitiva.

“Assim que experimentou o vinagre, exclamou Jesus: “Está consumado!” E, inclinando a cabeça, entregou seu espírito.” (João 19, 28)

Se Jesus não tivesse consumado a missão, nós não teríamos esperança, não estariam abertas as portas do céu, ainda estaríamos em nossos pecados, nossa vida careceria de propósito, não teríamos paz no coração, não teríamos o Espírito Santo para nos ajudar com os problemas e desafios da vida.

Consequências da Paixão de Cristo

1. Jesus morre na cruz para pagar a culpa de meu pecado

“Aquilo que a Lei fora incapaz de realizar […] Deus o fez, enviando seu próprio Filho, à semelhança do ser humano pecador, como oferta pelo pecado.” (Romanos 8, 3)

Qual é a finalidade da lei? A justiça. Mas São Paulo diz que a lei não conseguiu fazer justiça. Nosso pecado era grande demais.

Esta é a primeira coisa que Cristo conseguiu com sua morte na cruz: apagar os pecados, libertar-nos de todas nossas culpas.

Deus quer perdoar nossos pecados, mas ele não pode ser injusto ao mesmo tempo. Aí Ele descobriu a solução: Filho, você pode se sacrificar por eles e oferecê-la para pagar a injustiça? Jesus morreu por nós e para nós.

2. Jesus morre na cruz para ser o centro de minha vida

Jesus disse de sua própria morte: “Quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim.” (João 12, 32)

Jesus na cruz atrai todos os olhares do mundo, ou seja, ele vai se converter no centro de nossa vida e cura todas nossas doenças, sem importar qual seja.

Ele quer ser o centro de toda nossa vida familiar, profissional, pessoal, espiritual, emocional, social, etc. Nada fica de fora. A resposta de tudo é Cristo. Foi na cruz que descobrimos que Jesus era Deus.

“Aconteceu que o centurião e os que com ele vigiavam a Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava, foram tomados de grande pavor e gritaram: “É verdade! É verdade! Este era o Filho de Deus!” (Mateus 27, 54)

Ele é um ser humano, e como ser humano, parece derrotado. Mas ao mesmo tempo, Jesus é claramente muito mais do que um ser humano. Ele tem o poder e o remédio para curar nossa alma, nossa mente, nosso corpo, nossos relacionamentos, nossas finanças, nossas doenças físicas.

Olhar fixo a Jesus, esse é o segredo.

3. Jesus morre na cruz para vencer a tentação e o demônio

Não sei se vocês já perceberam, mas a vida é dura, é difícil. Qualquer coisa que queiramos fazer, temos que nos esforçar, trabalhar, lutar. A vida é uma batalha. Sabe por que acontece isso? Porque estamos no meio de uma batalha cósmica entre o bem e o mal, entre Deus e o demônio.

Por causa da rebelião, o demônio odeia tudo o que Deus criou, especialmente seus filhos e o demônio é uma criatura, não é rival para Deus, mas é um inimigo formidável para nós. Tremendamente mais poderoso que nós. Mas agora, temos Cristo que nos ajuda a vencer.

“[Jesus] despojando as autoridades e poderes malignos, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre todos eles na cruz.” (Colossenses 2, 15)

4. Jesus morre na cruz para nos libertar de toda preocupação

“Não andeis ansiosos por coisa alguma” (Filipenses 4, 6)

É um mandato. Não nos preocuparmos por nada. O que inclui esse “por coisa alguma”? Tudo. Nada fica fora.

A preocupação é um tipo de ateísmo, porque quando nos preocupamos não estamos confiando em Deus, não estamos contando com o poder de Deus, mas apenas com nossas forças.

A cruz é sinal de esperança. Temos que viver com confiança e esperança.

Se olharmos para nosso mundo, parece que reina o caos em todos os níveis. A palavra da moda é crise: crise de valores, crise da verdade – se defendem direitos que não existem, como o direito ao aborto no França -, crise na igreja, crise vocacional – seminários vazios – crise econômica, crise populacional, crise climática, crise existencial, crise de identidade, crise de estresse, etc.

Pois, Jesus não está nervoso… nem um pouco.

Precisamos de esperança, não de otimismo, não de pensamento positivo… de esperança. A esperança não é um sentimento, um palpite, é uma certeza de fé, alicerçada em realidades objetivas: Cristo que morreu e ressuscitou por nós.


Assista à homilia do Pe. Rodrigo Hurtado LC, na íntegra, através de seu canal de YouTube, ou tenha acesso a um conteúdo de Estudo Bíblico da liturgia dominical do ano todo com o curso Conhecer e Viver a Bíblia, que está em nossa loja aqui no site.