Nesta quinta-feira, Adriano Dutra recebe em nosso Café com Fé o psicólogo Dr. Euvaldo Puyol e o psiquiatra Dr. Rogério Fernando de Araújo para bater um papo sobre algo que afeta a vida de muitas pessoas, o diagnóstico das doenças mentais, mas sob um ponto de vista cristão.

Euvaldo inicia falando que devemos olhar para essa época em que estamos vivendo com uma lupa, com muito cuidado, pois falar de doença hoje é um paradoxo. Nunca na história da humanidade nós tivemos tanto conhecimento científico, tanta produção científica, tanto desenvolvimento, que permitiria que as doenças, muitas delas tivessem sido erradicadas, que as pessoas adoecessem menos e, paradoxalmente, acontece um fenômeno particularmente as patologias mentais, e que cada vez mais cedo as pessoas estão adoecendo. É cada vez mais frequente encontrar adolescentes padecendo quadros de depressão, de ansiedade, de pânico, fobia social e tantas outras doenças.

Como explicar que, numa época com tanto avanço tenhamos um incremento no número de pessoas que padecem doenças. Ajuda muito a refletir o que fala a sociologia e toda uma engenharia social de manipulação, todo um aparato para manipular o ser humano. Essa possibilidade de manipulação se dá porque estamos em um momento de transição histórica.

As mudanças de épocas são crises históricas em que se transforma a concepção da imagem do homem, da imagem da sociedade e da imagem de Deus. Na nossa idade contemporânea, essa crise já se iniciou há 80 ou 100 anos e vem produzindo essas transformações. 

Por sua vez, Rogério ressalta que as crises atingem a sociedade desde que nos conhecemos por seres humanos. E elas não só atingem a sociedade como também atingem a cada pessoa individualmente, e compreender que elas acontecem já nos ajuda a enfrentar esses momentos. O que pode resultar de maléfico nas crises é quando, ao invés de evoluirmos, começarmos a questionar e causar confusão acerca dos valores. 

A saúde mental da sociedade e do ser humano está muito atrelada à nossa capacidade de manter uma espinha dorsal de valores e ser capaz de flexibilizar o restante. O quanto que nós podemos, diante de uma crise da qual nós sofremos, nos conhecer, perceber o que precisamos mudar e, com vontade, mudar aquilo que temos que mudar para podermos viver melhor.

Para Rogério, diante desse contexto de confusão em que estamos vivendo hoje, muitas vezes podemos pensar que ao se relativizar tudo, ao se buscar crer que não há uma verdade, não há um valor ou que Deus não está mais no comando, temos que entender que o ser humano, tanto individualmente quanto socialmente ele não evolui de maneira constante, mas ter a visão de que Deus nunca perdeu o comando e que não podemos julgar os demais pela maneira como evoluem é uma coisa que alenta os cristãos e que tem um profundo efeito nas vivências psicológicas, e acaba sendo uma das vantagens da vida espiritual. 

Puyol ensina que o ser humano consegue se tornar aquilo que ele não é, mas ao fazê-lo, adoece. 

Quando estamos doentes estamos sofrendo influência de uma condição que se não conhecemos pode influenciar nossa ação. Quando estamos doentes, cansados demais, em sofrimento, nós fazemos ou deixamos de fazer coisas que nós não faríamos ou não deixaríamos de fazer, explica Rogério. 

Ele também reforça que a busca pela ajuda profissional, quando não estamos bem ou quando as pessoas à nossa volta nos indicam que não estamos bem, faz parte do processo de cura. Hoje, o diagnóstico de patologias e o tratamento para as doenças mentais está muito avançado e já se é possível identificar uma patologia antes mesmo que ela se instale em sua forma mais avançada.

Para ouvir o bate-papo na íntegra e conhecer mais sobre o tema, basta acessar o link abaixo, ou então, baixar o aplicativo de meditações católicas Seedtime, e buscar pelo nosso podcast Café com Fé.