No Café com Fé desta quinta-feira, Adriano Dutra recebe Roberto Senna, Engenheiro Civil, Empresário e Conselheiro Certificado pelo IBGC, com décadas de experiência como executivo de grandes empresas e nos traz o testemunho de como conciliar sua fé católica com a vida profissional.

Roberto recorda, desde o início, que ele não separa as dimensões familiares, espiritual e profissional em sua vida, tendo como hábito levar a presença de Deus para seu ambiente de trabalho, testemunhando sua fé através de pequenos hábitos de piedade, normais para a vida de um católico, como ter um crucifixo sobre a mesa ou não ter receio em rezar, mesmo em meio aos desafios do trabalho.

Senna, que se considera um nômade em virtude das diversas vezes que precisou se mudar, tanto de cidade como de país, em decorrência de seu trabalho, ensina que para se alcançar viver em coerência com sua fé e valores é preciso desenvolver amor, sem ter apego.

«Porque, se você não tiver amor, você não é pleno, você não se relaciona plenamente com as pessoas, não se integra na nova comunidade, não aproveita as oportunidades que estão na frente. Mas, se você tiver apego, você sofre. Quando você se muda, você tem aquele sentimento negativo de perda», conta Roberto.

Ao ser perguntado sobre como conciliar sua fé com o mundo corporativo, Roberto nos indica que a empresa, em si, é uma utopia. Na verdade, uma empresa são as pessoas que a compõem e o que se deve compreender é que o trabalho dentro de uma empresa, nada mais é do que trabalhar e se organizar com outras pessoas.

Você deve criar as condições para que as pessoas deem o melhor de si. Isso acontecerá quanto mais felizes as pessoas estiverem, quanto melhor elas estiverem se sentindo no ambiente de trabalho e quanto mais elas se identificarem com valores. O resultado do trabalho será uma consequência de focar a dureza da vida empresarial levando em consideração as pessoas.

Ao falar sobre governança corporativa, Roberto explica que o termo se refere a práticas de equidade, transparência, prestação de contas, compliance, e isso é «ser correto», «fazer o bem». Isso é governança corporativa e isso tem que ser visto desde o planejamento do futuro de uma empresa, como a monitoração daquilo que já aconteceu.

Roberto, nesse episódio do Café com Fé, enumera as diversas maneiras com que se pode manifestar a fé e, com isso, tocar os corações das pessoas que convivem conosco em nosso ambiente de trabalho. Ele, que nunca deixa de levar consigo seu rosário, conta sua experiência de ter consagrado um shopping que era de sua propriedade, na cidade de São Carlos, no interior de S. Paulo, à Nossa Senhora de Fátima, erigindo um altar para ela à entrada do edifício.

«O Espírito Santo opera como ninguém nas empresas», exclama Senna que complementa que, se soubermos invocá-lo, as coisas acontecem de forma surpreendente.

Hospital de Santa Dulce dos Padres

Roberto Senna, recém formado em engenharia, foi responsável pela construção do hospital desejado pela Irmã Dulce, em 1982, e confessa o verdadeiro milagre que foi essa construção, que foi completada sem nenhum dia de atraso, com nenhum orçamento inicial. Roberto ainda conta que via naquela freirinha pequena e frágil a maior empresária que ele já conheceu.

Ele narra que, todos os dias, quando ele ia ao fim da tarde se reunir com a Ir. Dulce para prestação de contas, ela o levava até a capela anexa ao hospital e ambos rezavam o terço e, terminada a oração, ela perguntava dos problemas da obra, mas aquela oração já tinha resolvido os problemas.

O que deve caracterizar um líder católico

Por fim, Roberto deixa uma dica para os jovens que estão entrando no mercado de trabalho. Um líder não é necessariamente um superior hierárquico que comanda uma equipe. O líder é alguém que é reconhecido, independente da função que ocupa, como alguém que inspira, como alguém que é modelo, como alguém que é referência. Isso é fundamental.

Então, quanto mais pleno for o profissional, melhor líder ele será. E quanto mais íntegro e coerente ele for, mais ele será reconhecido como líder. Liderança não se impõe, é diferente de chefia. Se você tiver que exercer o argumento da autoridade para liderar alguém, irá dar errado. «Você deve exercer a autoridade do argumento», explica Roberto.

  • Assista este episódio do Café com Fé, que foi transmitido através de nosso canal do YouTube ou escute através do nosso aplicativo de meditação católica Seedtime, ou ainda, nos melhores aplicativos de Podcast.