O filme “Sound of Freedom”, do estúdio Angel Studios, lançado nos EUA no último dia 4 de julho, já conquistou o primeiro lugar nas bilheterias em sua estreia, derrubando o mais recente filme da franquia do arqueólogo aventureiro, Indiana Jones.

O filme, estrelado por Jim Caviezel, que fez o papel de Jesus no filme Paixão de Cristo, de Mel Gibson, é produzido por Eduardo Verástegui, que estrelou filmes como Bella e The Little Boy, mostra a realidade ​​horrenda do tráfico humano no mundo, baseado em uma história real e atual.

Lançado pelo mesmo estúdio que produz a famosa série sobre a vida de Jesus, “The Chosen”, que também é um fenômeno de arrecadação de fundos no sistema de crowdfunding, no filme, Caviezel interpreta Tim Ballard, um agente federal real que deixa o emprego e embarca em uma perigosa missão para resgatar uma jovem do tráfico sexual na América do Sul.

Segundo o Box Office Mojo, Sound of Freedom já superou em muito o esperado “Indiana Jones e o Disco do Destino”, da Disney, arrecadando US$ 14, 2 milhões nas bilheterias no dia da estreia, enquanto que o filme da Disney arrecadou somente 11 milhões de dólares em sua estreia.

O tráfico humano

Com base em análises de filmes lançados recentemente e que se tornaram sucesso de audiência, como Top Gun Maverick, que bateu vários recordes de bilheteria por ser um filme “sem lacração”, especialistas já afirmam que o sucesso de “Sound of Freedom” se deve aos valores, por assim dizer, conservadores.

Contudo, não é só por isso que esse filme tem causado tanta comoção nos EUA, mas pelo próprio tema tratado, um crime terrível que se alastra entre grupos de pessoas muito poderosas no mundo, incluindo políticos, artistas, empresários e cartéis do crime.

O tráfico humano é constantemente condenado pela Igreja. Por exemplo, nos últimos anos, O Papa Francisco criou o chamado “Grupo Santa Marta”, uma aliança global de chefes de polícia, bispos e comunidades religiosas que trabalham em colaboração com a sociedade civil na luta contra o tráfico de pessoas.

O Santo Padre, em 8 de fevereiro deste ano, afirmou que “o tráfico humano desfigura a dignidade. A exploração e a subjugação limitam a liberdade e transformam as pessoas em objetos para usar e descartar. E o sistema de tráfico lucra com a injustiça e a maldade que obrigam milhões de pessoas a viver em condições de vulnerabilidade”. (https://www.vaticannews.va/en/pope/news/2023-02/pope-videomessage-world-day-prayer-against-human-trafficking.html)

Existe uma frase no filme, falada pelo personagem Tim Ballard, interpretado por Caviezel, que faz com que essa obra atinja o coração de tantas pessoas. A força que faz com que aquele agente federal deixe seu emprego e vá resgatar uma criança raptada é revelada quando ele diz: “God’s children are not for sale” (Os filhos de Deus não estão à venda – tradução livre).

Mas, se alguém fizer cair em pecado um destes pequenos que creem em mim, melhor fora que lhe atassem ao pescoço a mó de um moinho e o lançassem no fundo do mar.

(Mt 18, 6)

Em suas últimas entrevistas, tanto o ator Jim Caviezel, quanto o ator e produtor Eduardo Verástegui, estão conscientes de que o filme que fizeram não é simplesmente um thriller policial sobre um crime horrendo, mas retrata uma história tristemente real e é uma poderosa ferramenta para que as pessoas tomem consciência de que esse mal existe no mundo e precisa ser combatido.

O filme Sound of Freedom ainda não tem previsão para a chegada no Brasil, mas o protagonista, Jim Caviezel já afirmou em entrevista que esse é o mais forte papel que ele interpretou depois de Paixão de Cristo.